História da escola




A Escola de Educação Básica Marilda Lênia Araújo esteve presente na vida de Rancho Queimado a partir do início do século XX, passando por muitas transformações desde então. Fazem parte de sua história pessoas que interferiram na sua realidade, mudando suas condições estruturais físicas, transferindo locais de atuação, bem como interferindo no desempenho de seu papel na comunidade local, que foi tornando-se cada vez mais complexo.


Em 1908, o governador Gustavo Richard transferiu a denominada Escola Mista de Santa Isabel para Rancho Queimado. Era uma escola estadual que lecionava em língua portuguesa, pois até então existiam, na localidade, apenas escolas que lecionavam em língua germânica, assim seguiu-se até meados de 1930.

Segundo relato verbal de Maria Tereza Bunn Koester, em 1935 a instituição era conhecida como Escola Isolada Pública Estadual de Rancho Queimado; funcionava na localidade de Rancho Queimado, que ainda era Distrito de Santa Isabel, na rua geral da comunidade, atualmente próximo à casa de Osvaldo Schwabe. A escola era multisseriada e funcionava das 8 às 13 horas, com meia hora de intervalo (recreio).
  
No ano de 1940, a Escola Isolada passou a funcionar em uma casa na rua geral da localidade, atual Rua Berta Meurer, em frente ao posto Feldhaus. Segundo o relato de Agustinho de Jesus, a partir de 1958, a escola passou a ser chamada Escola Reunida de Rancho Queimado, trabalhando com as 1ª e 2ª séries reunidas (de manhã) e com as 3ª e 4ª séries (à tarde). Funcionava na casa de Dona “Antcha” (Ana Korb), tendo sido construída, anexa a esta, uma parte em madeira. A escola depois passou a funcionar no prédio da atual “Casa da Cultura” e “Biblioteca Pública Municipal de Rancho Queimado”, na Praça Leonardo Sell, com duas salas de aula.

Em 1962, o município de Rancho Queimado foi emancipado, desmembrando-se do município de São José.
Em 1974, o Decreto nº 486/74, de 9/5/1974, da Secretaria Estadual de Educação, criou a 5ª série. O governador do Estado, que naquela época era Colombo Machado Salles, determinou que a primeira escola a ser criada no Estado seria denominada “Profª Marilda Lênia de Araújo”, em homenagem à professora, nascida em Garopaba, SC, em 22 de outubro de 1943, filha de João Orestes de Araújo e de Lia Medeiros de Araújo. A educadora da rede estadual de ensino trabalhou como orientadora das Associações Escolares do Ciclo Básico e faleceu em serviço, em acidente de trânsito, no dia 5 de novembro de 1973, na cidade de Lages. 

A partir dessa data a escola passou a denominar-se: Escola Básica Professora Marilda Lênia de Araújo. No princípio, houve matrícula para duas 5ªs séries, sendo que, uma delas, a 5ª série “A”, funcionou à noite, com jovens e adultos que estavam afastados da escola, no mesmo prédio escolar onde já funcionavam quatro turmas de 1ª a 4ª séries, em duas salas de aula (nos dois turnos diurnos), e que agora trabalhavam em salas separadas. A outra, 5ª série “B”, por ser muito grande, precisou funcionar também no mesmo prédio, cujas salas de aula eram maiores; e uma das turmas de 1ª a 4ª ocupou o espaço destinado à cozinha, que havia sido construída anexa à escola.
No ano seguinte, 1975, uma das turmas do primário, a 3ª série da Professora Rosa, voltou a funcionar na casa de D. “Antcha” (Ana Korb), uma casa velha de madeira inabitável, localizada próximo à pedra fundamental, no centro da atual Praça Leonardo Sell. Após uma pequena reforma, efetuada pelos próprios professores e alunos, a casa voltou a abrigar uma turma. Neste ano, a escola ganhou um terreno da família de Jacob Guilherme Bunn, deste modo, uma escola maior pode ser construída, o que foi feito pelo governador Antônio Carlos Konder Reis, com o apoio do prefeito da época, José Dimas de Medeiros. Neste mesmo ano, o professor habilitado, Francisco de Assis Schwinden, veio para Rancho Queimado e assumiu, como titular, a 1ª série, que até então estava sob a responsabilidade da professora Geni K. Schauffler, passando a lecionar também para o ginásio.

Em 1977, inicialmente as atividades continuaram nas duas casas, mas logo depois a escola passou a funcionar no prédio novo, que foi construído e inaugurado como Escola Básica Marilda Lênia de Araújo, contando com quatro salas de aula, secretaria, cozinha, sanitários e pátio coberto.
  
O planejamento era realizado através de orientações da equipe pedagógica da UCRE – Unidade de Coordenação Regional de Educação. Os planos de curso eram todos escritos a mão e vistoriados pela coordenadoria regional e pela direção da escola (Laura Bauer, secretariada por Marli Schauffler). Iniciou-se novo ciclo no processo de desenvolvimento social e cultural da sede de Rancho Queimado. A escola modificou a sociedade, interferindo até mesmo em grupos ecumênicos na igreja, exemplo o GOPA - Grupo Organizador Paz e Amor, das novenas de Natal e dos bailes e festas . Ainda hoje, percebe-se a atuação de ex-alunos na história de Rancho Queimado, nos serviços públicos e na administração pública municipal. Neste período, foi elaborado um documento solicitando autorização para o funcionamento do um curso de 2º grau com habilitação básica em Agropecuária, o qual foi autorizado pelo parecer nº 305/80, do Conselho Estadual de Educação e implantado em 1981.

A escola passou a ser chamada de “Colégio Estadual Marilda Lênia Araújo”, e o corpo administrativo da escola foi ampliado. No ano de 1983, o “Jardim de Infância Menino Jesus”, que era mantido pela LBA e Prefeitura Municipal de Rancho Queimado passou a funcionar nas dependências desta escola.
O curso de 2º Grau, com habilitação em Agropecuária, foi extinto em 1985. Em seu lugar a direção solicitou a criação de um curso de Magistério de 1ª a 4ª série, cuja autorização de funcionamento foi dada pelo Conselho Estadual de Educação, através do parecer nº 102/85 de 14/3/1985.

Em 1987, o Estado de Santa Catarina, pioneiro no Brasil, propôs uma política educacional baseada no princípio de integração do deficiente no Sistema Estadual de Ensino. Em 1988, o Colégio Estadual Marilda Lênia Araújo, através da Fundação Catarinense de Educação Especial/FCEE, implantou a política de integração desses alunos, criando a Sala de Recursos.
Em 1998, as Escolas Isoladas Estaduais foram nucleadas e a Escola de Educação Básica Marilda Lênia Araújo recebeu a maioria dos alunos das escolas que foram fechadas, bem como seus professores, efetivos da rede estadual.

No período de 1999 a 2002, em função da aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96, as escolas passaram a utilizar a nomenclatura de Escolas de Educação Básica; desta forma, o Colégio passou a denominar-se Escola de Educação Básica Marilda Lênia Araújo.
Em 13 de setembro de 1999, por iniciativa da então Secretaria Municipal de Educação de Rancho Queimado, cuja secretária era Edinéia Broering Brüggemann, a escola passou a desenvolver e elaborar ativamente seu projeto político pedagógico em parceria com a rede municipal, sob a assessoria técnico-pedagógica do Professor Renato Wenzel.
Em 21/12 de 1999, foi feita nova redação para o Regimento Escolar, e, em dezembro, por força do art. 29 da Lei Complementar nº 170 do Sistema Estadual de Ensino, foi aprovado o processo de criação do Curso de Educação Geral para a E.E.B. Marilda Lênia Araújo. Mas somente em 2002 o curso foi aprovado pela Secretaria Estadual de Educação e Desporto, pelo parecer nº 343/2002.

Diante da demanda apresentada nos anos anteriores, com o aumento do número de alunos, no ano de 2002 iniciou-se o projeto de reforma e ampliação do prédio escolar, ficando acrescido 5 novas salas de aula, 2 salas de depósito e aumento da área coberta. Nos anos 2003 e 2004, atendendo aproximadamente 420 alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, as obras de reforma e ampliação do prédio foram concluídas.  
Em abril de 2005, o Governador do Estado, Sr. Luís Henrique da Silveira, cria novos cargos no Quadro do Magistério Público Estadual: como Assistente Técnico-Pedagógico, Analista Técnico em Gestão Educacional e Assistente de Educação, com a atribuição de secretária de escola, o que até então era um cargo comissionado. Para tanto, realizou Concurso Público para esses cargos. 
Em 2006 a partir das discussões do Projeto Político Pedagógico,  a escola inicia um processo de democratização na escolha dos diretores escolares que passam a ser trocados por um sistema de rodízio na escola entre os profissionais efetivos. Assim  de dois em dois anos, a partir de 2007 foram diretores da escola: Jairo Werlich, Lauretti Emília Bruch Eger, Maria Helena Broering Schauffer,  Rita de Cassia Siemann, Cláudia Agostinho e atualmente Edineia Brüggemann.
Ainda em 1996 o Presidente da República sancionou a Lei Nº. 11.274 que regulamenta o Ensino Fundamental de 9 anos. A escola atendia neste período, cerca de 400 alunos, matriculados na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, somando um total de 18 turmas. Contava com aproximadamente 35 funcionários, entre docentes, especialistas, técnicos e auxiliares de serviços gerais.
No ano de 2008, a 18ª  Gerência de Educação da Grande Florianópolis encerrou a turma do Pré-escolar justificando o número reduzido de alunos.  Encerrando-se assim a Educação Infantil nessa escola.
Neste mesmo ano, a partir das discussões sobre administração articulada com o grupo de trabalho, criamos a “Equipe Gestora”, composta pelo grupo administrativo da escola: diretor, Assistente de Educação, Assistente Técnico-Pedagógico, Orientação Educacional, Supervisão Educacional, e Professores readaptados, com o objetivo de pensar melhores estratégias de atendimento às necessidades existentes na demanda escolar.
Através da Lei Complementar n° 457 de 11 de agosto de 2009 é criado o cargo de Assessor de Direção e nossa escola passou a ter direito a esse cargo, incorporando a Equipe Gestora. Rita de Cássia Siemann foi a primeira Assessora de direção.
Em 2010, a escola iniciou o Projeto “Coral da Escola”, para o qual poderiam se inscrever alunos e professores do Ensino Fundamental e Médio. O coral foi organizado e regido pelo assistente técnico pedagógico Sr. Joel dos Santos. Outra mudança nas escolas da rede estadual de ensino, também em 2010, foi a terceirização da merenda escolar.
No ano de 2014 comemoramos os 40 anos da Escola com a denominação Marilda Lênia Araújo. Conforme o Projeto Político Pedagógico que rege esta escola, trabalhamos a MISSÃO de  “Assegurar um mínimo de qualidade, garantindo acesso e permanência dos alunos na escola, formando para a cidadania, num ambiente de responsabilidade, cooperação e respeito”.

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